Há dez anos a Unesco reconheceu a capoeira como Patrimônio Histórico, Cultural e Imaterial da Humanidade. Para celebrar a data, capoeiristas de diferentes se reúnem em Pelotas para homenagearem seus mestres e participarem de atividades como uma conferência. As atividades ocorrerão nesta sexta-feira (16) e sábado (17). As atividades não precisam de inscrição prévia.

Hoje, às 19h, a Câmara de Vereadores realiza a Audiência Pública 10 anos de reconhecimento da capoeira como patrimônio, na Câmara de Vereadores. Durante esta sessão serão homenageados mestres Saci (Claudio Pereira); Karkará (Paulo Renato Narciso) e Nino (Lindomar Alves), os mais velhos em atividade na região.

A programação prossegue amanhã, às 10h30min, com recepção aos capoeiristas, representantes de cerca de 20 entidades de diferentes municípios, e lançamento do projeto Espaço da Capoeira, no Largo do Mercado Central. O assessor parlamentar e ativista cultural, Luiz Carlos Mattozo, explica que o vereador Paulo Coitinho (Cidadania) apresentou uma emenda que modifica a redação do Artigo 1º e cria parágrafo único da Lei Ordinária 4.598 de 2000, de autoria do próprio Mattozo, que destina uma área no Largo Edmar Fetter do Mercado Central para prática de capoeira.

Essa lei previa esse espaço no encontro da rua Andrade Neves com a Lobo da Costa. Com a emenda do vereador Coitinho, o local será outro. “Transferimos para a 15 de Novembro esquina com a Tiradentes, denominando esse como o Espaço Ginga. Esse projeto de lei nós protocolamos e deve ser votado na semana que vem”, esclarece Mattozo.

Outras atividades

Ainda dentro da programação de amanhã, às 11h30min, haverá samba de roda e maculelê no Beco da Cultura, seguido de almoço no restaurante Copa Rio, que fica no mesmo local. Às 13h30min se inicia a 1ª Conferência de Mestres de Capoeira do Interior do Estado, na sede da Secretaria de Cultura (Secult), no Casarão 2 da praça Coronel Pedro Osório, sob o tema Organização e articulação da capoeira no interior. O evento será encerrado com roda de capoeira, próximo ao trapiche do Laranjal, a partir das 16h30min.

O mestre Dhunga, de Canguçu, um dos organizadores do evento, explica que é importante que os capoeiristas do interior do Estado estejam unidos e organizados para cada vez mais aproveitarem oportunidades, como recursos e financiamentos, que, na maioria das vezes, ficam com entidades da capital. “A maioria dos recursos se concentra na capital e nós queremos que os órgãos públicos vejam que existe capoeira no interior do Estado. Queremos fazer núcleos ou conselhos e regionalizar a capoeira, para que a fatia do bolo se divida de forma igual para todas as regiões”, diz o capoeirista.

Para Dhunga o evento é uma maneira de conhecer os mestres de outras cidades, desenvolver núcleos, entender como a capoeira é vista em outras regiões do RS e qual o papel da mulher dentro desta prática no interior. “É uma questão de reconhecimento e identidade da capoeira do interior do Estado”, diz.